O governo americano, do presidente Donald Trump, determinou uma investigação sobre o Pix brasileiro, sob alegação de que o sistema instantâneo de pagamentos e transferências pode configurar uma "prática desleal".

Embora não cite nominalmente o Pix, o documento faz claramente uma referência ao sistema instantâneo de pagamentos e transferências.

Um trecho diz que o Brasil "se envolve em uma variedade de atos, políticas e práticas que podem prejudicar a competitividade das empresas americanas que atuam no comércio digital e em serviços de pagamento eletrônico".

Há quem veja no Pix , que é gratuito, uma ameaça às bandeiras de cartão de crédito e aos bancos que cobram por pagamentos.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, que equivale ao Banco Central , tem um sistema de FedNow que permite a transferência de recursos entre instituições financeiras, mas pode cobrar dos participantes pela transação.

O Pix foi lançado em novembro de 2020, no auge da pandemia da Covid-19. E fez sucesso de forma rápida.

Em 2024, o sistema bateu recorde de volume transferido, somando um total de 26,46 trilhões de reais.

Esse montante representou um aumento de 54,6% no valor total das transferências por Pix feitas em 2023. Q expressão "faz um pix" se consolidou.

Em número de movimentações, também houve um grande aumento, com um total de 63,5 bilhões de transações em 2024, contra 41,68 bilhões em 2023.

O Pix conquistou a confiança das pessoas e se destaca pela praticidade e pela agilidade. Pequenos comerciantes também adotaram o sistema. Não apenas os grandes.

E curiosamente, o Pix ficou tão popular que até camelôs, barraqueiros, vendedores de balas em ônibus , anunciam que aceitam pagamento por Pix.

Segundo reportagem do G1 em 16 de julho de 2025, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, declarou em novembro de 2024 que o país estava perto de ter a população adulta inteira usando a ferramenta. Na ocasião, o Pix completou 4 anos.

E o Brasil segue aperfeiçoando o Pix, lançando mão de novidades. Em outubro de 2024, foi criado o Pix Agendado Recorrente, em que a pessoa pode agendar pagamentos de mesmo valor para cair na conta de alguém sempre no mesmo dia de cada mês. É como o conhecido débito em conta. Só que é transferência.

Em fevereiro de 2025, algumas instituições passaram a disponibilizar o Pix por aproximação, assim como ocorre com certos cartões de crédito. O cliente aproxima o celular da máquina do lojista.

Em junho de 2025, o Banco Central lançou o Pix Automático, para pagamento de contas recorrentes como luz, água e gás. Também vale para quem paga mensalidades de escola, academia, serviços de streaming, por exemplo.

Uma das próximas metas é o Pix Internacional, de forma abrangente. Por enquanto, alguns países já aceitam, mas em alguns estabelecimentos. Portugal, por exemplo. Mas há alguma resistência, com críticas de portugueses a uma "brasileirização" dos pagamentos.

Outro objetivo é implantar o Pix Garantido, para parcelamento de compras como ocorre com os cartões de crédito.