A morte de uma jovem de 18 anos em decorrência de infecções provocadas pela retirada dos dentes do siso, no interior de São Paulo,causou perplexidade. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu.

A história de Isadora Belon Albanese trouxe um alerta sobre os riscos e cuidados necessários durante o procedimento.

Isadora era a única filha de Ricardo e Graziela. Os pais contaram na época que ela cursava Psicologia, era uma jovem saudável, sem problemas de saúde e que estava vivendo a melhor fase da vida.

Em março de 2023, os dentes do siso do lado direito de Isadora começaram a causar desconforto e foram retirados por uma profissional dentista.

Apesar das dores comuns ao pós-cirúrgico, o procedimento aconteceu sem maiores complicações.

A dentista de Isadora recomendou que ela também extraísse o dente do siso do lado esquerdo por precaução. Foi quando a história ganhou um final trágico e inesperado.

Quase 1 mês depois da primeira cirurgia, no dia 19 de abril, a jovem operou o lado esquerdo da boca, e logo começou sentir dores. Na entrevista concedida ao Fantástico, os pais contaram que a jovem gritava de tanta dor, a ponto de não conseguir dormir nem respirar direito.

Segundo a família de Isadora, a médica, quando procurada, minimizou a situação e tentou tranquilizar os pais dizendo que o quadro era normal e sugeriu a troca dos remédios.

Após dois dias da cirurgia, Isadora foi internada no hospital no dia 21 de abril. Infelizmente, veio a falecer dois dias depois, no dia 23 de abril, em função de complicações da cirurgia de retirada dos dentes do siso.

Os pais da jovem reclamaram da demora do atendimento e da falta de um especialista no atendimento do hospital. Segundo eles, Isadora esperou 14 horas por um cirurgião bucomaxilofacial e, nesse tempo, a infecção teria se espalhado e agravado ainda mais.

O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo recomenda que todos os hospitais tenham um cirurgião bucomaxilofacial, especialidade da Odontologia que trata das cavidades orais.

O especialista entrevistado pelo Fantástico na epoca, Sidney Neves, afirmou que a cirurgia do siso é um procedimento extremamente seguro. Segundo ele, a morte ocorreu em função de um processo infeccioso, que é muito raro de acontecer.

O Hospital Modelo de Sorocaba afirmou que Isadora apresentava quadro grave de infecção, constatado após bateria de exames. Mesmo medicada e com o devido acompanhamento médico, seu estado evoluiu para uma infecção generalizada.

A dentista que atendeu Isadora afirmou que todas as medidas preparatórias, medicações e acompanhamento pós-operatório foram tomados.

Os pais de Isadora começaram uma campanha nas redes sociais, que reuniu milhares de assinaturas, solicitando uma normativa única para a extração do siso.

O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo recebeu o pedido dos pais e afirmou na ocasião que avaliaria o caso.

O final da história, apesar de raro de acontecer, acende um alerta de como as infecções nos dentes do siso podem se espalhar pelo corpo, comprometendo órgãos.

Segundo especialistas, a cirurgia para retirada desse dente é bem mais moderna que no passado, mas ainda assim invasiva, e precisa de cuidados.

Por isso, é importante que o cirurgião-dentista avalie o histórico de saúde do paciente, doenças pré-existentes, e solicite exames de sangue e radiografia - independentemente da idade.

No pós-operatório, é crucial que o paciente evite esforço físico, mantenha uma boa higiene bucal, consuma alimentos frios e líquidos ou pastosos, e siga de forma correta a medicação prescrita.