Em 6 de outubro de 2025 completam-se 109 anos do nascimento de Ray Conniff, maestro, arranjador e trombonista norte-americano que marcou gerações com sua mistura inconfundível de orquestra e vozes.

Nascido em 1916, na pequena cidade de Attleboro, no estado americano de Massachusetts, Joseph Raymond Conniff se transformou em um dos artistas mais populares da música instrumental do século 20.

Ele foi um símbolo do estilo easy listening - uma vertente que combinava melodias suaves, arranjos sofisticados e vocais harmoniosos.

Após servir o exército americano durante a Segunda Guerra Mundial, Conniff se mudou para Nova York, onde iniciou a carreira como arranjador e instrumentista em orquestras de jazz e big bands.

Ele trabalhou com nomes importantes como Bunny Berigan, Artie Shaw e Harry James, experiência que lapidou sua habilidade para combinar precisão técnica e sensibilidade melódica - duas marcas de sua obra futura.

Na década de 1950, Conniff foi contratado pela Columbia Records, uma das principais gravadoras dos Estados Unidos.

Na gravadora, destacou-se como arranjador de estúdio, colaborando com artistas consagrados como Frank Sinatra, Johnny Mathis, Marty Robbins e Mitch Miller.

Em 1956, ganhou a oportunidade de lançar seu primeiro álbum como solista, “S’Wonderful!”, um sucesso instantâneo que apresentou ao mundo seu estilo característico: instrumentais exuberantes acompanhados por coros que cantavam sílabas e fonemas em vez de palavras.

A partir daí, Ray Conniff tornou-se um fenômeno global. Durante as décadas de 1960 e 1970, lançou mais de 100 álbuns, com mais de 70 milhões de cópias vendidas, e foi presença constante nas paradas de sucesso dos Estados Unidos, Europa e América Latina.

Entre seus trabalhos mais emblemáticos estão “Somewhere My Love” (1966), cuja faixa-título, tema do filme “Doutor Jivago”, lhe rendeu um prêmio Grammy -, “Concert in Rhythm”, “The Happy Sound of Ray Conniff” e “The Ray Conniff Singers”.

Seu repertório reunia versões orquestradas de grandes sucessos do pop e do jazz, temas de filmes e composições originais de atmosfera romântica.

O Brasil teve papel especial na trajetória do maestro. As melodias suaves e os arranjos cheios de coros harmoniosos fizeram de Ray Conniff um ícone popular entre o público brasileiro. Em 1994, ele apresentou-se no programa "Domingão do Faustão", da Globo.

Suas músicas embalavam festas familiares, bailes e programas de TV, e seus discos se tornaram presença constante nas estantes e vitrolas das casas do país.

O sucesso foi tanto que Conniff se apresentou 12 vezes no Brasil. Em 2000, ele lançou um disco apenas com arranjos para músicas de Roberto Carlos.

Conniff também demonstrou interesse genuíno pela cultura brasileira. Incluiu em seu repertório versões orquestradas de canções nacionais, como Aquarela do Brasil e Tico-Tico no Fubá.

Essa conexão com o público latino-americano ajudou a consolidar sua imagem como um maestro internacional. A sua gravação de “Besamo Mucho”, por exemplo, tornou-se muito famosa.

Mesmo com as transformações da indústria fonográfica, Ray Conniff manteve-se ativo até o fim da vida. Continuou gravando, se apresentando e revisitando clássicos sempre fiel à fórmula que o consagrou: a harmonia perfeita entre orquestra e coral.

Conniff morreu em 12 de outubro de 2002, aos 85 anos, na Califórnia, vítima de um AVC, deixando uma obra vasta e influente que atravessa gerações.