A defesa da família de Gugu Liberato afirma ter reunido provas que contestam o pedido de Thiago Salvático pelo reconhecimento de união estável com o apresentador.

Segundo os familiares, o chef de cozinha manteve outro relacionamento fixo entre 2016 e 2019, o que poderia comprometer sua reivindicação de R$ 1,5 bilhão como herdeiro.

No entanto, especialistas explicam que a existência de outro relacionamento não exclui automaticamente o direito à herança, pois o que importa legalmente é a comprovação da convivência pública, contínua e com intenção de constituir família.

Ao site Terra, a advogada Fernanda Escane apontou que Thiago precisará apresentar provas materiais, como fotos, mensagens, testemunhos, contas em conjunto ou documentos que indiquem união estável.

Por outro lado, a família de Gugu pode contestar apresentando evidências da ausência de vida em comum, da falta de projetos familiares ou alegar que a relação era apenas afetiva, sem caráter jurídico-familiar.

Essa contestação pode ser feita de duas formas: dentro do processo de inventário, alegando ausência dos requisitos legais para união estável, ou por ação judicial separada, apontando fraude ou simulação.

Em dezembro de 2024, dois exames de DNA apontaram que o empresário Ricardo Rocha não é filho de Gugu Liberato. A informação foi publicada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

Ricardo entrou com ação judicial em 2023 dizendo ser filho do apresentador, que morreu em 2019. Os exames foram feitos em dois laboratórios diferentes (Fleury e Delboni) utilizando material genético da mãe e de dois irmãos do apresentador.

Na ação, o empresário dizia que sua mãe, Otacília Gomes da Silva, conheceu Gugu em 1973 em uma padaria do bairro de Perdizes, em São Paulo, e tempos depois eles teriam estabelecido um “relacionamento íntimo”.

Segundo Ricardo, no ano seguinte, ela teria constatado a gravidez após retornar de férias no litoral e não conseguiu encontrar o futuro apresentador, que tinha então 15 anos, para “lhe informar a novidade”.

Nelson Willians, advogado que trabalha para Marina e Sofia Liberato, filhas gêmeas de Gugu, afirmou à “Folha de S.Paulo” que o resultado negativo do exame de DNA dá fim ao processo.

Gugu Liberato, um dos apresentadores mais carismáticos da televisão brasileira, morreu em 21 de novembro de 2019, após sofrer uma queda em sua casa, em Orlando, nos Estados Unidos.

Ele caiu de uma altura de 4 metros enquanto fazia um reparo no ar-condicionado, no sótão, o que causou uma fratura fatal na cabeça.

Nascido em São Paulo em 1959, Gugu começou sua carreira aos 14 anos como assistente de produção no programa Domingo no Parque, incentivado por Silvio Santos, com quem manteve forte vínculo profissional ao longo da vida.

Ao longo das décadas de 1980 e 1990, Gugu se destacou no comando de programas como Viva a Noite, Passa ou Repassa, TV Animal e, principalmente, Domingo Legal, seu maior sucesso, exibido por 16 anos.

Domingo Legal trouxe quadros marcantes como Banheira do Gugu, Táxi do Gugu e Essa Nota Vale uma Nota, tornando-se um clássico dos domingos e competindo diretamente com o Domingão do Faustão, da Globo.

Em 2003, Gugu viveu uma das suas maiores polêmicas após exibir uma entrevista forjada com supostos membros da facção PCC, o que afetou sua reputação.

Em 2009, Gugu surpreendeu ao trocar o SBT pela Record, onde apresentou programas como Power Couple Brasil e Canta Comigo.

Reservado em sua vida pessoal, sabe-se que Gugu teve três filhos com Rose Miriam di Matteo: João Augusto, Marina e Sofia.

A morte do apresentador desencadeou uma disputa pela herança estimada em mais de R$ 1 bilhão.

Gugu havia deixado 75% do patrimônio para os filhos e 25% para os sobrinhos, além de uma pensão vitalícia para sua mãe, Maria do Céu, de 95 anos.

Rose chegou a entrar na Justiça para ter reconhecida a união estável, mas desistiu do processo em 2024, citando o desgaste emocional e o desejo de preservar a relação com os filhos.