
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reconheceu o choro como o 53° Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Criado por volta de 1870 no Rio de Janeiro, esse gênero musical brasileiro teve como principal expoente a canção "Flor Amorosa", de Joaquim Callado.
A decisão unânime veio em 29/2/2024 depois de uma reunião entre os 22 membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
Ao contrário de objetos ou lugares, o patrimônio imaterial se refere aos conhecimentos culturais transmitidos de uma geração para outra, essenciais para a construção da identidade cultural de uma sociedade.
O pedido foi feito inicialmente pelo Clube do Choro, que fica em Brasília (foto), e ganhou o apoio de outras casas, como o Clube do Choro de Santos e o Instituto Casa do Choro, do Rio de Janeiro.
O choro -- ou chorinho -- é caracterizado por uma formação instrumental flexível, mas geralmente composta por violão, cavaquinho, pandeiro e flauta.
O choro tem influências de diversos estilos musicais, como a polca, o lundu, o maxixe e a modinha, e é caracterizado por sua alegria e vivacidade.
As rodas de choro, encontros informais onde músicos se reuniam para improvisar e celebrar a música, foram fundamentais para o desenvolvimento do gênero.
O bandolim, instrumento de cordas dedilhadas, também é um dos pilares do gênero, com Jacob do Bandolim sendo um dos seus maiores expoentes. Veja alguns dos artistas que foram pioneiros do choro no Brasil!
Jacob do Bandolim: Virtuoso do bandolim, Jacob do Bandolim era conhecido por sua técnica impecável e por composições como "Doce de Coco" e "Brasileirinho".
Joaquim Callado: Conhecido como o "Pai do Choro", encantava com sua flauta virtuosa e melodias inesquecíveis. Uma de suas músicas mais famosas é "Flor Amorosa", que é considerada uma das primeiras composições de gênero.
Chiquinha Gonzaga: A famosa "Rainha do Choro", Chiquinha Gonzaga quebrava barreiras e revolucionou o gênero com suas composições inovadoras. É conhecida por clássicos como "Corta-Jaca" e "Atraente".
Ernesto Nazareth: Era conhecido como o "Poeta do Piano", com suas valsas e polcas que encantaram o mundo. Algumas de suas composições mais conhecidas incluem "Odeon", "Brejeiro" e "Apanhei-te, Cavaquinho".
Pixinguinha: Considerado um dos maiores compositores e instrumentistas da história do choro, Pixinguinha é conhecido por clássicos como "Carinhoso" e "Um a Zero".
Waldir Azevedo: Conhecido por popularizar o choro na década de 1950 com sua composição "Delicado", Waldir Azevedo foi um dos maiores cavaquinistas da história do gênero.
O gênero teve um papel importante na história da música brasileira, contribuindo para o desenvolvimento de outros estilos, como a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira.