Bill Murray é considerado um dos maiores atores de comédia de Hollywood, porém fora das telonas recebe muitas críticas por ser difícil, rude e intolerante. A mais recente delas foi da atriz Scarlett Johansson, que falou sobre os bastidores do filme 'Encontros e Desencontros" (2003), dirigido por Sofia Coppola.
Nesse sentido, o longa-metragem foi indicado a quatro Oscars na ocasião e conquistou a estatueta por Melhor Roteiro Original.
Na obra, ela interpretou uma recém-formada que cria um vínculo estreito com um astro de cinema americano melancólico. Contudo, a relação por trás das câmeras foi totalmente oposta ao que se mostrou na arte.
Johansson afirmou que era uma grande fã do trabalho de Murray, principalmente por filmes como "Feitiço do Tempo" (1993) e "Nosso Querido Bob" (1991), antes de atuar com o astro em "Encontros e Desencontros".
"Todo mundo pisava em ovos perto dele, incluindo nossa diretora (Sofia Coppola) e toda a equipe, porque ele estava lidando com as… coisas dele", resumiu à Vanity Fair.
Para ela, o ator "estava em um momento difícil" durante as filmagens. Afinal, Scarlett o reencontrou no especial de 50 anos do programa 'Saturday Night Live', em fevereiro, onde o viu interagindo calorosamente com as pessoas no set.
“Certamente, sim; aquilo foi realmente ruim. Mas também sei que a Covid foi algo difícil para ele. A vida — todas essas coisas — o fizeram ser responsabilizado por esse tipo de comportamento.”, analisou.
Além disso, Geena Davis revelou experiências desconfortáveis que viveu com Bill Murray durante as gravações de "Não Tenho Troco" (1991). Os relatos estão no livro de memórias da artista, "Dying of Politeness".
“Enquanto eles estavam filmando em uma locação, Murray procurou Davis em seu trailer e começou a gritar com ela por estar atrasada. Continuou a gritar com ela enquanto corria para o set e por lá, na frente a centenas de pessoas do elenco", revelou a obra.
“A maneira como ele se comportou na primeira reunião… Eu deveria ter saído de lá ou me defendido bravamente, situação em que eu não teria conseguido o papel. Eu poderia ter evitado esse tratamento se soubesse como reagir ou o que fazer durante a audição.”, pontuou.
Em entrevista ao The Guardian, Lucy Liu relembrou como foi trabalhar com Murray em "As Panteras" (2000). Segundo a artista, o ator "despejou insultos" sobre ela, usando linguagem "indesculpável e inaceitável".
Nascido em 21 de setembro de 1950, Murray tem oito irmãos. Ele, então, deu início à carreira teatral e se inscreveu na Universidade de Denver, mas pouco tempo depois foi expulso por porte de maconha.
Em seguida, o ator tentou a sorte no rádio, mas não obteve sucesso. Depois de trabalhar em uma companhia de teatro de Chicago, Murray foi contratado por um programa ao vivo de televisão muito popular, o "Saturday Night Live".
Assim, ele teve seu início cinematográfico, em 1979, no filme canadense "Almôndegas", de Ivan Reitman, no qual fez o papel de um monitor em um acampamento de verão para jovens.
Na sequência da carreira, atuou em "O Clube dos Pilantras" (1980), onde gravou durante apenas seis dias e se destacou na improvisação de suas falas. Em "Recrutas da pesada" (1981) e "Tootsie" (1982), trabalhou mais uma vez ao lado de Harold Ramis.
Em 1984, teve seu grande sucesso de bilheteria em "Os Caça-Fantasmas", também dirigido por Ivan Reitman, no qual tornou-se um ator consagrado, principalmente no gênero comédia.
Murray esteve em uma das grandes cinebiografias já feitas, que conta a vida de Ed Wood (1924-1978), um dos cineastas mais incompetentes do mundo. Diretor do filme considerado o pior já feito na história da sétima arte: "Plano 9 do Espaço Sideral".
Dessa forma, esteve também em papéis mais sérios, como em "Uma Mulher para Dois", de 1993, com Robert De Niro e Uma Thurman. No mesmo ano, estrelou "Feitiço do Tempo", com Andie MacDowell, outro de seus grandes sucessos.
Murray fez uma ponta em "Space Jam: O jogo do século" (1996), assim como atuou em "O homem que sabia de menos" (1997) e "Três é demais". Por este último, foi indicado ao Globo de Ouro e ganhou muito elogios dos críticos de cinema.
Por seu papel como protagonista em "Encontros e Desencontros", de Sofia Coppola, ganhou o Globo de Ouro em 2004 como melhor ator (filme de comédia ou musical). Ele também esteve na versão de "As Panteras", de 2000.
Murray apareceu em vários outros filmes de Wes Anderson, como "Os Excêntricos Tenenbaums" (2001) e "A Vida Marinha com Steve Zissou" (2004). Emendou "Viagem a Darjeeling" (2007), "Reino do Nascer da Lua" (2012), "O Grande Hotel Budapeste" (2014) e "A Crônica Francesa" (2021).
Ele dublou o gato sarcástico Garfield em dois filmes de sucesso comercial (2004 e 2006) baseados na história em quadrinhos homônima. Também deu voz a um personagem em "O Fantástico Sr. Raposo" (2009), adaptação cinematográfica animada do livro infantil de Roald Dahl.
O ator recebeu mais uma indicação ao Globo de Ouro por sua atuação em "Um final de semana em Hyde Park" (2012), algo que se repetiu em "Um Santo Vizinho" (2014). Ele participou também de "Agente 86" (2008), "Zumbilândia" (2009) e "Caçadores de obras-primas" (2014).
O ator foi afastado das gravações de “Being Mortal”, filme de Aziz Ansari, em 2022 por causa de uma acusação de má conduta no set de filmagens. Em entrevista ao New York Times, o ator admitiu que agiu mal com uma colega de trabalho.
O primeiro casamento de Murray, com Margaret Kelly, aconteceu em 1981. Em 1997, ele se casou pela segunda vez, agora com Jennifer Butler. Tem dois filhos de sua primeira esposa e quatro filhos da segunda.