O mês de abril marcou o 35º aniversário do lançamento do Telescópio Espacial Hubble, um satélite artificial não tripulado que revolucionou a astronomia ao fornecer imagens detalhadas do universo.

O telescópio da Nasa foi batizado em homenagem a Edwin Powell Hubble, considerado o maior astrônomo do século 20. Suas descobertas foram cruciais para a teoria do Big Bang, que aponta para a expansão constante do universo.

O Hubble foi lançado no dia 24 de abril de 1990. Para se ter uma ideia da importância desse equipamento, até aquele momento nenhum planeta fora do Sistema Solar havia sido identificado. De lá para cá, já foram detectados milhares deles.

O Hubble consegue distinguir corpos celestes com diâmetro minúsculo a distâncias enormes. Ele fica posicionado a quase 550 quilômetros acima da Terra, em órbita baixa. Isso possibilita que seja acessado para manutenção por ônibus espaciais, de acordo com a Nasa.

O observatório espacial pesa cerca de 12.246 quilos e seu tamanho é próximo ao de um ônibus (13,2 metros de comprimento e 4,2 metros de largura na parte de trás, onde se situam os instrumentos científicos).

O Telescópio Espacial Hubble é alimentado por energia solar, com dois paineis que fazem a conversão da luz do Sol em eletricidade - estocada em baterias, o que viabiliza a operação em áreas de sombra da órbita.

Outra característica distintiva do Hubble é a qualidade ótica, jamais equiparada por outro telescópio. Ele é dotado de espelhos que permitem operar também nos espectros infravermelho e ultravioleta.

Plutão, o planeta anão, teve suas primeiras imagens detalhadas captadas pelo Hubble, assim como de sua lua Caronte e a descoberta de outras quatro luas que o orbitam.

O telescópio também registrou imagens da “grande mancha branca de Saturno”, o segundo maior planeta do Sistema Solar. A mancha gigantesca representa as tempestades que ocorrem na região equatorial de Saturno.

Em dezembro de 1995, o telescópio Hubble fez por dez dias imagem histórica na chamada primeira Hubble Deep Field (“Campo Profundo do Hubble Norte”). Esse registro revelou 3 mil galáxias distantes, um documento essencial para o entendimento de como evoluiu o universo primitivo.

Em 2019, o Hubble, em conjunto com outras ferramentas de observação, fez o primeiro instantâneo de um buraco negro com massa superior a 2,6 bilhões de massas solares na galáxia gigante M87.

A Nasa selecionou algumas imagens marcantes que o Hubble captou em sua trajetória de 35 anos. Confira a seguir algumas delas!

Aglomerado de galáxias Abell 2218 - Registro de 2000 que mostra o fenômeno chamado lente gravitacional, quando um corpo massivo curva a luz de objetos mais distantes que estão atrás dele.

A Nebulosa do Anel do Sul - Imagem de duas estrelas - uma mais brilhante que a outra - localizadas no centro de uma nebulosa (imensa nuvem de gás e poeira espacial).

A Nebulosa do Caranguejo - Imagem fascinante da nebulosa formada pelos restos de uma supernova (parte alaranjada que corresponde à explosão de uma estrela com massa superior a cinco vezes do sol do nosso sistema).

Colisão das galáxias Antennae - Registro mais nítido já feito dessa colisão das galáxias espirais que começaram a interagir há cerca de 200 milhões de anos.

Erupção da Eta Carinae - Imagem da estrela localizada na constelação de Carina, no chamado céu austral (hemisfério celestial sul) foi capturada pelo Hubble. As nuvens são resultado de erupção monumental data de 150 anos.

Os Pilares da Criação - fotografia feita em 1995 das colunas gigantescas de gás e poeira da Nebulosa da Águia, a cerca de 6.500 anos-luz da Terra.

Segunda a Nasa, o Hubble deve seguir ativo por mais uma década - sua vida útil foi sendo aumentada graças a seguidas manutenções. Existe a possibilidade de ele ser aposentado em 2036