Fundado em 12 de setembro de 1911, o Theatro Municipal de São Paulo completou 114 anos como um dos marcos culturais mais emblemáticos da capital paulista e também do Brasil.
Idealizado em um momento em que a elite paulistana desejava contar com um espaço à altura dos grandes centros culturais mundiais, o teatro foi projetado pelos arquitetos Ramos de Azevedo, Claudio Rossi e Domiziano Rossi.
Sua arquitetura eclética, inspirada em modelos europeus como a Ópera de Paris, reflete o caráter ambicioso da cidade no início do século 20.
O edifício está localizado na Praça Ramos de Azevedo, no bairro da República, no centro da capital paulista.
Ele foi construído para substituir estruturas mais antigas, como o Teatro São José, que sofreu um incêndio, e outros menores, como o Politeama, Minerva e Apolo - que não atendiam às exigências de produções grandiosas, sobretudo de ópera.
Ao longo de sua história, o Theatro Municipal de São Paulo não serviu apenas para espetáculos líricos.
Ele foi palco fundamental para a consolidação de vozes e correntes artísticas no Brasil.
Ele sediou a Semana de Arte Moderna de 1922, evento que marcou o início do Modernismo no país.
A Semana da Arte Moderna costuma ser mencionada como o evento mais célebre da história do edifício. Ela reuniu os grandes nomes do modernismo, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti.
Nas primeiras décadas do século 20, grandes temporadas de ópera no teatro trouxeram ao país renomados cantores líricos e companhias estrangeiras, colocando São Paulo no mapa internacional da música erudita.
O Municipal também recebeu em seu palco concertos e apresentações de artistas internacionais, incluindo pianistas, maestros e bailarinos de renome, como o polaco-americano Arthur Rubinstein e o brasileiro Heitor Villa-Lobos, que se apresentou diversas vezes no local.
Nas décadas seguintes, o teatro passou por períodos de desgaste e intervenções.
Em meados do século 20, houve restaurações pontuais, mas as reformas mais significativas ocorreram nos anos 1960, 1980 e em torno do centenário, para recuperar elementos originais, restabelecer a fachada, restaurar ornamentos, vitrais, acústica e estrutura cênica.
Desde 1981 o prédio é tombado pelo Condephaat - patrimônio histórico do Estado de São Paulo. Já pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -, o tombamento ocorreu em 2014.
Em 2011, foi criada a Fundação Theatro Municipal de São Paulo, com o objetivo de conferir autonomia administrativa, patrimonial, artística e financeira ao complexo.
O Theatro Municipal abriga múltiplos corpos artísticos e instituições de formação, reforçando seu papel como centro cultural integral.
Estão vinculados ao teatro a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, o Coro Lírico Municipal, o Balé da Cidade de São Paulo, além de escolas de música e dança.
Desde 2012, essas escolas funcionam na Praça das Artes, anexo que estende as atividades formativas e artísticas do teatro.
O Theatro Municipal abrigou eventos comemorativos de seus centenários: tanto o da fundação, em 2011, com extensa programação especial, quanto o da Semana de Arte Moderna, em 2022, que reafirmou o papel do espaço como símbolo de inovação artística.