O governo federal oficializou a adoção do padrão de TV 3.0, chamado oficialmente de DTV+, marcando o início de uma nova fase da televisão aberta no Brasil.
O decreto foi assinado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 27 de agosto de 2025.
Esse decreto estabelece as bases para a substituição do sistema digital atual, que está em operação desde 2007.
A principal inovação da nova tecnologia é a integração entre sinal de radiodifusão tradicional e internet.
A promessa é que ela permitirá transmissões em altíssima definição, com imagens em 4K e até 8K, maior contraste, cores mais vivas e som imersivo comparado ao de cinema.
Além disso, os usuários terão acesso a recursos interativos, como participação em enquetes de programas ao vivo, acompanhamento de estatísticas em tempo real, compras pela TV e até serviços públicos digitais, como aplicativos do Gov.br.
Outro avanço previsto é a personalização da experiência. O sistema permitirá ajustar, por exemplo, o volume da narração esportiva em relação ao som da torcida.
Também haverá maior acessibilidade, com legendas automáticas, audiodescrição e possibilidade de tradução simultânea para libras.
A nova geração de transmissão prevê ainda publicidade direcionada, exibindo anúncios adaptados ao perfil de cada telespectador.
Em vez dos canais tradicionais, os usuários terão acesso a aplicativos das emissoras, reunidos em uma tela inicial de navegação.
Sistemas mais sensíveis e geolocalizados permitirão enviar alertas de desastres de forma segmentada, independente de conexão com a internet.
A expectativa é que as primeiras transmissões nessa tecnologia ocorram em caráter experimental ainda em 2025 nas principais cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
O lançamento comercial deve acontecer antes da Copa do Mundo de futebol de 2026. A transição será gradual e deve levar até 15 anos para atingir todo o território nacional.
No início, a novidade poderá ser acessada por meio de conversores conectados às televisões já existentes. Com o tempo, os aparelhos novos deverão sair de fábrica com o sistema integrado.
Assim, não será necessário trocar a TV imediatamente. A maioria dos aparelhos poderá receber DTV+ via conversores ou dispositivos similares, até que os novos modelos venham com suporte integrado
É Importante destacar que a recepção gratuita dos canais seguirá funcionando apenas com antena, mas as funcionalidades avançadas dependerão de conexão à internet.
A TV 3.0 foi desenvolvida a partir do padrão internacional ATSC 3.0, já em uso em países como Estados Unidos e Coreia do Sul.
Especialistas destacam que a adoção do modelo reforça a modernização da radiodifusão brasileira e aproxima a televisão aberta dos recursos típicos das plataformas de streaming.
A nova geração recebeu o nome TV 3.0 porque representa a terceira grande evolução da televisão no Brasil.
A primeira fase foi a TV analógica, em funcionamento até o desligamento do sinal antigo. A segunda correspondeu à TV digital, implantada a partir de 2007, que trouxe imagem em alta definição e som estéreo.
Agora, a terceira etapa une a transmissão aberta tradicional à conectividade da internet, oferecendo recursos interativos, qualidade de imagem em 4K e 8K e áudio imersivo - daí a denominação “3.0”.
Já nome Digital Television+ - DTV+ - foi oficializado pelo Fórum Brasileiro de Televisão Digital Terrestre em agosto de 2024.