Imagine viver num país onde existem nada menos que 127 vulcões ativos . Esta é a Indonésia, onde desastres naturais são frequentes, pois, além da atividade vulcânica, existe instabilidade por causa de placas tectônicas capazes de causar terremotos.

A Indonésia é o país com maior número de ilhas no mundo. São 17.508, sendo 6.000 delas habitadas. Mas as ilhas são vulcânicas, formadas justamente pela ação tectônica.

Uma preocupação na Indonésia é com o Anak Krakatoa. Em 2018, a cratera do vulcão desabou parcialmente, após uma enorme erupção que levou a um tsunami que matou mais de 400 pessoas.

Em abril de 2022, o Anak Krakatoa (Filho de Krakatoa) lançou uma nuvem de cinzas vulcânicas a mais de 3 km no céu. Autoridades emitiram alerta e moradores tomaram as precauções.

Em março de 2023, as erupções do Vulcão Anak Krakatoa foram tão violentas que expeliram uma coluna de cinzas a mais de 2.500 metros de altura.

O nome Krakatoa remete à grande tragédia de 1883, quando este vulcão teve uma erupção tão impactante que lançou detritos a 100 km de altura e causou tsunamis até o Canal da Mancha. Ao todo, 35 mil pessoas morreram.

Esse é um dos 127 vulcões ativos na Indonésia. Eles formam um cinturão de fogo desde o norte da Ilha de Sumatra até a Ilha de Timor, no Sul.

Para se ter uma ideia, o mundo tem 14 placas tectônicas maiores e 38 menores. A Indonésia é afetada por 4 das maiores: Euroasiática, Filipinas, Pacífico e Australiana, que causam os maiores problemas, além de 9 menores que colidem umas nas outras .

A Indonésia faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, área com 40.000 km de extensão no Norte do Oceano Pacífico onde há muitos terremotos e vulcões. Em forma de ferradura no mapa, esse "anel" abrange 17 trechos de diferentes países.

Todo esse perigo é enfrentado por uma população gigantesca: 260 milhões de habitantes, a quarta maior população do planeta.

As principais ilhas são bastante povoadas. A capital Sumatra tem mais de 50 milhões de habitantes. A Ilha de Sulawesi tem quase 20 milhões. Todas com belas paisagens.

Mas a mais impressionante é a Ilha de Java que, sozinha, tem a população da Rússia. São 144 milhões de pessoas. A densidade é de 1.130 habitantes por km².

As pessoas moram em vilarejos ou cidades perto de vulcões ativos. São 45 em Java, entre eles o Merapi e o Kelud.

Apesar do risco, as pessoas veem uma vantagem porque, devido às erupções, o vulcão solta minerais na terra, auxiliando na agricultura. O magnésio, cobre, ferro, zinco e o enxofre, por exemplo, são nutrientes importantes para as plantas.

Como a Indonésia fica numa latitude por onde passa a Linha do Equador, a terra é fértil, com clima úmido.

Na mesma latitude encontram-se a Floresta Amazônica, no Brasil, e a Floresta do Congo (foto), na África. Todas exuberantes.

No entanto, apesar de usufruir dos minerais expelidos pelos vulcões, a população também sofre as consequências das erupções. E não apenas do Krakatoa.

Em 4/12/2021, o vulcão Semeru, na Ilha de Java, entrou em erupção causando a morte de 14 pessoas e deixando 56 feridas.

Por causa da erupção do Semeru, mais de 1.300 pessoas foram deslocadas para longe de casa. Centenas de imóveis foram destruídos.

Já em relação aos terremotos - provocadas pela ação das placas tectônicas - há quem estime em cerca de 5 mil por ano, embora, claro, a maioria seja de pequena magnitude.

Em 10/9 de 2022, por exemplo, centenas de pessoas foram deslocadas de casa por causa de um terremoto que atingiu ilhas no lado oeste do país.

Mas, quando ocorrem terremotos mais impactantes, a tragédia é certa, com desmoronamentos que destroem tudo e , além de prejuízos materiais, causam perdas humanas.

Em 17/1/2021, mais de 70 pessoas morreram, 740 ficaram feridas e quase 28 mil tiveram que sair de casa, após destruição causada por terremoto na província de Sulawesi.

Além disso, a capital Jacarta afunda cerca de 7,5 centímetros em média por ano, o que tem causado grande preocupação. Segundo reportagem da BBC, Jacarta é a cidade que mais afunda no mundo.

A cidade tem mais de 10 milhões de habitantes. O afundamento ocorre porque um número cada vez maior de pessoas retira água dos aquíferos abaixo da cidade.

Sem medidas de adaptação, cerca de 25% da área da capital poderão ficar submersos até 2050. Por isso, o governo planejou construir uma nova capital do zero, no meio de uma floresta.

Nusantara foi projetada para ser uma cidade verde em que a alta tecnologia e a natureza se misturam, com infraestrutura de uma metrópole moderna. Mais de 60% do seu território, o dobro da área da cidade de Nova York, terão espaços verdes com trilhas para caminhadas e ciclovias.

Nusantara (palavra que significa arquipélago) fica a 12.000 km de distância de Jacarta, estrategicamente no centro da Indonésia. Nusantara está sendo desenvolvida na selva de Bornéu. Já houve a inauguração oficial, no dia 17 de agosto de 2024. Mas a cidade ainda está em construção.

Fora os terremotos e as erupções vulcânicas, também ocorrem acidentes de menor impacto, mas capazes de causar danos e perdas. Em 22/1/2025, um deslizamento de terra durante chuvas torrenciais deixou 25 mortos na cidade de Pekalongan, na província de Java Central.

Você visitaria a Indonésia ou ficaria preocupado com vulcões e terremotos?