Há 134 anos, no dia 27 de julho de 1890, morria o pintor holandês Vincent Van Gogh, um dos artistas mais famosos da história.
Mais famoso pintor do pós-impressionismo, Van Gogh nasceu no dia 30 março de 1853 em Zundert, um vilarejo holandês próximo à fronteira com a Bélgica.
Van Gogh começou a pintar apenas aos 27 anos. Antes de se dedicar ao ofício artístico, trabalhou em empregos diversos, desde balconista de livraria até professor. E ainda tentou, sem êxito, tornar-se pastor calvinista, como o pai Theodorus.
A trajetória do holandês na pintura durou pouco menos de uma década, de dezembro de 1881 a julho de 1890, com a produção de 879 telas.
As principais marcas de sua pintura são as cores fortes e pinceladas enfáticas, de acordo com a descrição da Enciclopédia Britânica.
Diante de limitações financeiras que não o permitiam contratar modelos, Van Gogh pintou 39 autorretratos, segundo dados do Museu Van Gogh. O recurso acabou tornando seu rosto conhecido pelas gerações seguintes.
“Entre os grandes predecessores de Vincent, somente seu compatriota Rembrandt pintou mais autorretratos que ele, mas isso durante uma carreira quatro vezes mais longa”, explicou em entrevista à BBC Martin Bailey, autor de uma das biografias do holandês.
Alguns retratos que Van Gogh pintou, como “O Carteiro Joseph Roulin” e “Retrato de Père Tanguy” (foto), tiveram como modelo pessoas próximas que não cobravam cachê para posar para o artista.
Das centenas de telas assinadas por Van Gogh, algumas são famosas mundialmente. “Os Girassóis” (1888), “A Noite Estrelada” (1889) e “Quarto em Arles” (1889) estão entre elas.
Em 1990, a tela “Retrato do Dr. Gachet” foi arrematada por 82,5 milhões de dólares (R$ 466,9 milhões), valor recorde desembolsado por uma obra de Van Gogh.
Especialistas na obra de Van Gogh só têm evidências de uma obra que Van Gogh conseguiu vender durante sua vida. Trata-se de “A Vinha Encarnada” (1888), comprada por uma pintora belga chamada Anna Boch.
“Quando jovem, ele chegou a trocar algumas de suas telas por um prato de comida ou alguns tubos de tinta”, afirmou Nienke Bakker, curadora do Museu Van Gogh, em Amsterdã, à BBC.
Van Gogh era o mais velho de seis irmãos. Graças às mais de 600 cartas que o pintor escreveu para o mais novo deles, Theo, admiradores e biógrafos puderam ter acesso a detalhes da vida do artista.
Essas cartas foram preservadas pela mulher de Theo, a professora e comerciante de arte Johanna van Gogh-Bonder, e publicadas no livro “Cartas a Théo”, de 1914.
Van Gogh teve relação próxima com outros pintores pós-impressionistas durante dois anos que morou em Paris. Entre eles, os franceses Paul Cézanne e Paul Gauguin.
Um dos episódios mais famosos da vida de Van Gogh teve justamente como Gauguin como personagem central. Uma briga entre os dois pintores levou o holandês a cortar um pedaço da própria orelha esquerda, situação que foi tema de "Autorretrato com a Orelha Cortada".
Há versões diferentes para o fato, que ocorreu em Arles, no sul da França. De acordo com a mais conhecida, Van Gogh ficou transtornado com um dos desentendimentos com Gauguin, quando ameaçou o amigo com uma navalha, e acabou cometendo a automutilação.
Entre 1888 e 1890, Van Gogh foi internado duas vezes para tratamento psiquiátrico. Em uma dessas estadias, no sanatório de Saint-Rémy, o holandês pintou “A Noite Estrelada”, a partir da vista que teve da janela do quarto.
Após deixar a internação em Saint-Rémy, o pintor se mudou para Auvers-sur-Oise. Foi nessa comuna francesa que produziu sua última tela, “Campo de Trigo com Corvos”, em 1890.
Van Gogh morreu no fim de julho do mesmo ano em decorrência de um ferimento de bala. A versão predominante é de que o pintor cometeu suicício, desferindo um tiro contra o peito.
Os biógrafos Steven Naifeh e Gregory White Smith, autores de “Van Gogh: A Vida” (2011), consideram ser mais provável que o pintor tenha sido vítima de um tiro acidental quando os seus irmãos René e Gaston brincavam com o revólver.