Um setor específico do varejo brasileiro tem chamado a atenção e registrou um salto no faturamento nos primeiros meses do ano. Trata-se do relógio de pulso, que apresentou um crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2024.
No entanto, esse pico não foi isolado. De 2020 para 2024, o faturamento anual com esses produtos cresceu de 950 milhões para 1,4 bilhão de reais. Por outro lado, esse aumento surpreendeu Renato Balbi, presidente da rede de joalherias carioca Monte Carlo Joias.
“Nenhuma empresa do setor previu esse aumento. Nós mesmos fomos pegos de surpresa. A morte dos relógios foi anunciada muitas vezes. E cá estamos, ampliando os espaços nas vitrines e expandindo a capacidade produtiva", frisou.
De acordo com Joaquim Ribeiro, presidente da fabricante de relógios Technos, em entrevista à Veja, relatou que ocorreu uma mudança no foco dos consumidores, agora mais como um objeto aspiracional, voltado a compor um visual.
Para Balbi, a disparada no preço do ouro e da prata reduziu a busca por joias e ajudou a alavancar os relógios. Por outro lado, esse aumento não reduz o impacto do mercado de smartwatches, que continua a ocupar um espaço sólido no mercado.
O relógio de pulso é um dos acessórios mais utilizados atualmente, visto que oferece não apenas praticidade, mas também identidade visual e estilo. Minimalistas e versáteis, chamam atenção na medida certa e combinam com as mais diferentes composições visuais.
O relógio de pulso surgiu em diferentes momentos históricos, com os primeiros modelos criados para mulheres da nobreza no século XIX
Conta-se que o primeiro modelo de relógio de pulso surgiu em 1814, quando Abraham Louis Breguet atendeu a uma encomenda da princesa Carolina Murat, irmã de Napoleão Bonaparte.
Contudo, sua popularização e aceitação pelos homens ocorreu no início do século XX, impulsionada pelo aviador Santos Dumont e o relojoeiro Louis Cartier com o Cartier Santos em 1904. Ele utilizava enquanto ele voava, facilitando a verificação do tempo sem usar as mãos.
No início, o relógio de pulso era considerado um artigo de joalheria e um acessório predominantemente feminino, como o criado pela Patek Philippe em 1868 para uma condessa.
Desde então, ele se tornou um acessório popular da moda, sobretudo no meio feminino e difundido, principalmente, pela condessa húngara Koscowicz.
A Primeira Guerra Mundial foi um grande divisor de águas para o relógio de pulso. Afinal, os soldados britânicos passaram a usar este objeto para coordenar suas atividades militares, o que quebrou o tabu de que eram um acessório estritamente feminino.
Ao retornar para casa, muitos oficiais continuaram a usar os relógios de pulso, que se tornaram aceitos e populares também no público masculino.
Relógios de quartzo, o tipo mais comum de relógios, oferecem precisão e estabilidade. Não exigem corda e precisa apenas trocar a bateria uma vez a cada um ou dois anos.
Os relógios mecânicos são os mais tradicionais e, normalmente, mais caros do que os de quartzo devido à habilidade e ao custo do trabalho exigidos para se criar uma peça complexa.
As escalas de taquímetro, localizadas ao redor do aro de um relógio, medem a média de velocidade calculando o tempo e distância. São usados junto com o cronômetro.
Alguns relógios mecânicos possuem tourbillions, pequenos mecanismos que ajudam a eliminar possíveis erros de medição e podem ser à prova d'água.
Segundo a consultoria de mercado Nielsen IQ GfK, no ano passado, a receita dos smartwatches cresceu 9%, com aumento de 37% no volume de vendas em relação a 2023.
Produtos focados na tecnologia e na conectividade. Isso porque através deles, existe a possibilidade de utilizar os aparelhos para monitorar o bem-estar.
"Nossos aparelhos são capazes de medir uma variedade de métricas de saúde, incluindo frequência cardíaca, níveis de oxigênio no sangue, qualidade do sono...", afirmou Rodrigo Rossi, gerente-sênior do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung no Brasil. Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/bem-viver/relogios-de-pulso-ganham-nova-geracao-de-fas-e-aquecem-o-varejo/
Os relógios Patek Philippe são símbolos de prestígio, durabilidade e investimento. Eles possuem qualidade artesanal, uso de materiais e produção limitada, algo que cria exclusividade e eleva os preços desses produtos.
Um grande exemplo foi um exemplar deste objeto da Patek Philipe, vendido em novembro de 2016 por mais de 10 milhões de euros. Esse foi o relógio de pulso mais caro vendido em um leilão.
Entre os relógios de pulso, destacam-se o Rolex, que justificam o preço elevado pela sua qualidade intrínseca, que inclui o uso de materiais nobres, precisão e acabamento impecáveis, e pela valorização da marca.
Ao contrário de outros produtos, os relógios Rolex mantêm o seu valor ao longo do tempo e, em muitos casos, aumentam. A longa história da marca, com modelos únicos e um legado de excelência, contribui para o seu valor no mercado.