
Wagner Moura retorna aos palcos após 16 anos com a peça "Um Julgamento – Depois do Inimigo do Povo". A estreia no Rio aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil, com sessão especial para convidados. O espetáculo já havia sido apresentado em Salvador semanas antes.
A peça foi escrita por Wagner Moura, Christiane Jatahy e Lucas Paraizo, com direção de Jatahy. Inspirada na obra de Henrik Ibsen, ela revisita o clássico "Um Inimigo do Povo", de 1883. A trama continua atual ao abordar conflitos entre ética, ciência e interesses econômicos.
O protagonista é um médico que denuncia a contaminação das águas termais, base da economia local. Ao tentar alertar a população, ele é acusado de traição e enfrenta o julgamento público. A versão brasileira se passa em uma Estação Balneária e propõe uma nova chance de defesa.
Em cartaz até 3 de novembro no Teatro II do CCBB Rio, com ingressos a R$ 30 inteira e R$ 15 a meia. O elenco conta com Wagner, Danilo Grangheia e Julia Bernat. Participações em vídeo incluem Jonas Bloch, Marjorie Estiano e outros nomes. A montagem discute temas como fake news, democracia, ecologia e cancelamento.
Wagner Moura, aliás, entrou para a história ao se tornar o primeiro sul-americano a receber o Golden Eye Award, no Festival de Zurique. A honraria reconhece sua trajetória como ator e diretor, além de destacar sua atuação em "O Agente Secreto". No discurso, o baiano dedicou o prêmio ao cinema do continente.
Antes de estrelar o filme brasileiro, Moura ficou reconhecido mundialmente por "Tropa de Elite" e por sua interpretação de Pablo Escobar em "Narcos". Ele também se destacou na direção com Marighella. Agora, esse prêmio consolida sua posição como um dos artistas brasileiros mais influentes no cenário internacional.
Não à toa, Moura está cotado para a disputa do Oscar, como o Flipar já mostrou. Na visão da revista "Variety", o artista é um dos potenciais indicados à estatueta em 2026, pelo filme "O Agente Secreto".
Além do brasileiro, outros possíveis indicados são George Clooney por "Jay Kelly", Dwayne Johnson por "Coração de Lutador – The Smashing Machine", Michael B. Jordan por "Pecadores" e Jesse Plemons por "Bugonia".
Premiado no último Festival de Cannes, "O Agente Secreto", novo filme de Kleber Mendonça Filho (“Aquarius” e “Bacurau”), ganhou uma nova previsão de lançamento nos cinemas brasileiros, aliás: 6 de novembro.
Wagner Moura não compareceu à cerimônia em Cannes porque está filmando um novo longa-metragem em Londres, na Inglaterra. Ele participou do evento por meio de uma ligação de vídeo para Kleber Mendonça durante a premiação.
“O Brasil é o país da cultura, o país da arte. Viva o Brasil, viva os brasileiros. E vamos agora celebrar, aproveitar mais esse momento bonito da nossa cultura e do nosso cinema”, declarou Wagner Moura na ocasião.
Enquanto era celebrado pela premiação em Cannes, Wagner Moura esteve em Londres para gravações do filme “11817”, um thriller de ficção científica do diretor francês Louis Leterrier (“Truque de Mestre” e “Carga Explosiva”).
Wagner Moura nasceu em Salvador, capital da Bahia, em 27 de junho de 1976. Apenas um dos grandes artistas do celeiro de talentos que é o estado da Bahia.
No teatro, ele despontou na década de 1990, conquistando reconhecimento por atuações marcantes. Já no cinema, fez sua estreia em 2000, no longa "Sabor da Paixão", ao lado do também brasileiro Murilo Benício e da atriz espanhola Penélope Cruz.
Em seguida, Moura emplacou papéis em vários filmes de sucesso, como "Abril Despedaçado" (2001), "Deus é Brasileiro" (2003), "Carandiru" (2003), "Ó, Paí, Ó" (2007) e "Saneamento Básico, O Filme" (2007).
Em 2007, o ator brasileiro ganhou uma projeção ainda maior com o lançamento do sucesso "Tropa de Elite", do diretor José Padilha, no qual interpreta o icônico Capitão Nascimento. O sucesso se repetiu em 2010, com a continuação "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro".
Os dois filmes foram aclamados internacionalmente por sua representação realista da violência urbana e corrupção no Brasil.
Além da carreira no cinema, também apareceu em papéis na TV. Em 2002, participou de "A Grande Família" e, em 2003, na série "Carga Pesada".
Também atuou em novelas, como "A Lua Me Disse" (2005) e "Paraíso Tropical" (2007), e na minissérie "JK" (2006), baseada na vida do ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitschek.
Em 2013, Moura atuou ao lado dos astros de Hollywood Matt Damon e Jodie Foster no filme de ficção científica "Elysium", que teve avaliações razoáveis da crítica.
Em 2015, Wagner Moura estrelou mais uma produção de grande repercussão internacional: a série "Narcos", que teve três temporadas.
Na trama, ele interpreta o colombiano Pablo Escobar, um dos mais poderosos e temidos chefes do tráfico de drogas da história. A série foi um sucesso de crítica e catapultou de vez a carreira internacional do ator brasileiro.
Moura também começou a se destacar como cineasta. Em 2021, ele dirigiu seu primeiro longa-metragem, "Marighella". Um filme biográfico sobre o guerrilheiro Carlos Marighella, que recebeu aclamação da crítica e consolidou sua versatilidade artística.
Moura seguiu com papéis de destaque em produções internacionais, como a série "Iluminadas" (2022), com a atriz Elizabeth Moss, e o filme "O Agente Oculto" (2022), com os astros Ryan Gosling ("Barbie") e Chris Evans ("Capitão América").
Ainda em 2022, o brasileiro dublou o personagem "Wolf", na versão original de "Gato de Botas 2: O Último Pedido".
Em 2024, Moura participou de dois episódios da série "Sr. e Sra. Smith", do serviço de streaming Prime Video.
Ao longo da carreira, Moura colecionou prêmios importantes, como o Guarani do Cinema Brasileiro de Melhor Ator por "Tropa de Elite" (2007) e "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro" (2010).
Além da carreira como ator, Wagner Moura também é músico e vocalista da banda de rock "Sua Mãe". Ele ajudou a formar o grupo em 1992, em Salvador, quando estudava jornalismo na Universidade Federal da Bahia.
Por trás das câmeras, Moura vive um relacionamento discreto com a fotógrafa Sandra Delgado desde 2001. Eles têm três filhos.